Retrato em Paris
Ele fechou o olho direito e apertou o botão. De dentro do bateau-mouche, mirava a margem do Senna, atraído pelas luzes de seus postes. O disparo atravessou o rio em sincronia com o harmonioso movimento de barco, rio, luz e margem. Tons de amarelo, laranja e vermelho destacavam a copa das árvores e faziam mergulhar na penumbra uma pessoa sentada sozinha em um dos bancos que margeiam o trecho de Port de Suffren. Registrou, entretanto, uma história parisiense que se desenrolaria apenas seis anos depois.